Depois de ter realizado proposta para adquirir as estruturas da Indústria de Biscoitos Faville por R$ 25 milhões, durante o período de recuperação judicial, a empresa Festiva Alimentos, de São Paulo, agora está buscando alugar as plantas de Marechal Cândido Rondon, Pato Bragado e Goioerê para colocar as indústrias em funcionamento.

Na tarde de ontem (15), o proprietário da Festiva, Marcus Monteiro, e o advogado Jean Rene Andria, protocolaram na Vara Cível da comarca rondonense a petição para arrendar as indústrias. A medida ocorre uma semana depois que o juiz Pedro Ivo Lins Moreira publicou a sentença de falência do Grupo Zadville.

De acordo com o empresário paulista, na petição a empresa se compromete contratar toda a força produtiva necessária e colocar as estruturas em funcionamento no prazo de 60 dias. A estimativa dos investidores é que inicialmente será preciso contratar em torno de 300 pessoas para trabalharem nas três unidades fabris. “Nosso objetivo é produzir em torno de 155 toneladas de alimentos por dia nesta primeira etapa”, salienta Monteiro.

A proposta de alugar as estruturas, segundo o empresário, é evitar a deterioração do patrimônio durante o período em que serão realizados procedimentos judiciais até a colocação dos bens em leilão, o que pode levar três anos ou mais.

“Assim, podemos manter as fábricas em funcionamento até a data do leilão”, afirma. A decisão considera tanto os riscos de não preservação, como também de invasão e saqueamento das fábricas. “Posteriormente nossa intenção é adquirir as três estruturas”, pontua Monteiro.

Festiva

Conforme o empresário, a Festiva Alimentos atua há cinco anos no mercado de São Paulo e conta, atualmente, com cerca de 150 itens entre biscoitos recheados, laminados, refresco, gelatina, macarrão instantâneo, azeitonas, champignon, molho de tomate, pipoca de micro-ondas entre outros produtos.

Segundo Monteiro, um dos sócios tem décadas de experiências no ramo alimentício e também é proprietário de um dos maiores atacados de São Paulo. “A indústria da Festiva já chegou a alcançar, em 2000, em torno de 6% de participação no mercado de biscoitos recheados do país”, ilustra.

Nas estruturas da antiga Faville, a empresa pretende dar continuidade à produção de biscoitos recheados, waffer, macarrão instantâneo e demais alimentos que já eram fabricados nas respectivas plantas industriais. “Temos demanda por produtos e já estamos planejando, no futuro, dobrar a capacidade produtiva da fábrica de Marechal Cândido Rondon”, antecipa

Decisão

A partir de agora a empresa aguardará a decisão do juiz para, se deferido o pedido, dar inicio ás contratações de pessoal visando iniciar a produção. Apesar do uso das estruturas da Faville, a Festiva não tem interesse em ultilizar a marca.

Uma mobilização junto aos credores, tanto institucionais como trabalhistas, ja havia iniciado no decorrer do processo de pedido de recuperação judicial. "Conversamos com vários ex-funcionarios da Faville, advogados, representantes dos bancos, sobre nosso interesse de adquirir as fábricas. Agora percebemos que há trabalhadores apoiando nossa iniciativa, pois poderão raver seus empregos". Concluiu Marcos Monteiro